Glauco Diniz Duarte diz que poucos países são tão imediatamente ligados a uma de suas atrações como o Nepal. A Torre Eiffel é símbolo inequívoco da França, assim como a Estátua da Liberdade é a imagem perfeita dos Estados Unidos. Porém, nenhuma tem a força e a majestade da maior montanha do planeta, o Monte Everest. É certo que o Nepal divide as honras com a China, mas toda a história de seu batismo e sua histórica e definitiva conquista estão ligados ao lado nepalense.
Em 1953, o neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay conquistaram os 8848 metros da montanha que os tibetanos chamam de Chomolungma, Mãe Deusa da Terra, e os nepaleses de Sagharmata. De lá para cá as ruas de Kathmandu e o campo-base do Everest tornaram-se uma espécie de esquina do mundo, repleta de trekkers e montanhistas de todo o globo, dos que planejaram a vida inteira para estar lá aos que só estão de passagem, satisfeitos com a vista da pirâmide de gelo e rocha.
Com uma população dividida em diversas etnias e majoritariamente hindu, o país ainda é muito pobre, com infraestrutura e serviços turísticos precários. E a situação política instável não ajuda o acesso a alguns lugares com grande beleza cênica e importância histórica. O Vale Kathmandu é listado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, contendo o templo budista de Swayambhunath. A terra natal de Sidartha Gautama, o Buda, a pequena, mas movimentadíssima Lumbini e a cidade-lago de Pokhara são algumas atrações que chamam a atenção.
Nas partes baixas do Nepal, é a rica fauna do Parque Nacional Chitwan e da Reserva de Vida Selvagem Koshi Tappu que são a grande atração. É possível ver alguns grandes animais, como rinocerontes, além de crocodilos e aves, em animados safáris no lombo de um elefante ou, mais tradicionalmente, em jipes. Emocionantes descidas de bote são a pedida em rios como o Arun e o Thrishuli. As águas de degelo dos Himalaias e, principalmente, das monções descem vale abaixo em corredeiras poderosas com alto grau de dificuldade. O rafting no Nepal é de altíssimo nível e é explorado através de expedições que levam cerca de uma semana.
Mas o que atrai mesmo centenas de turistas são os picos gelados do Himalaia. A grande maioria passará um ou dois dias na capital e de lá seguirá para campos-base como o do Everest — passando por áres mitológicas para os amantes do alpinismo, como Namche Bazaar –, onde levantará acampamento e fará caminhadas nos arredores, por entre vales e geleiras, sempre em altitudes acima dos 5 mil metros. Ou seja, já está bem acima das capacidades físicas dos viajantes comuns. Lagos de degelo do Cho Oyu e o belo vale do Gokyo fazem parte do cardápio de aventuras.
De junho a setembro (monções) – chuvas pesadas e baixa temporada.
De outubro a dezembro (pós-monções) – boa época para fazer rafting, com rios caudalosos, mas seguros. Um período muito agradável também para fazer caminhadas entre os vales e no alto dos planaltos.
De janeiro a março (inverno) – as temperaturas caem muito nos planaltos e nos Himalaias. Fortes nevascas e péssimas condições de estrada fazem desta época uma das piores para o turista.
De abril a junho (estação seca) – época mais seca e quente do ano, com temperaturas superando os 40 graus nas planícies e até mesmo em Kathmandu. No entanto, é a melhor época para a prática do hiking e para chegar até aos pés de montanhas como Everest/Lhotse, Kangchenjunga, Makalu e Annapurna, todas com mais de 8 mil metros de altura.