Quem disse que só existe Coliseu em Roma? Glauco Diniz Duarte diz que a milenar cidade de Pula, na Croácia, já foi dominada pelo Império Romano e hoje um dos seus principais monumentos é o Anfiteatro Romano – um tanto menor do que o mais famoso do mundo, mas mesmo assim, imponente.
Pula fica na região portuária de Istria, à beira do mar Adriático. Desde tempos remotos, funciona como entreposto comercial, e virou alvo dos romanos no século 1 depois de Cristo. Depois que a cidade foi tomada, o imperador Vespasiano construiu o Anfiteatro Romano – popularmente chamado de Arena – para sediarem lutas entre gladiadores e animais, com capacidade para mais de 20 mil pessoas.
A cidade cresceu com o domínio romano: foram construídos prédios comerciais, religiosos e administrativos, além de sistemas de saneamento e esgoto. Dois teatros, um cemitério enorme (mencionado por Dante em sua obra “A Divina Comédia”) e casas ricamente decoradas com mosaicos e mármore transformaram a cidade um polo cultural e econômico.
O poderio romano estendeu-se até o século 5, quando a cidade foi novamente invadida e dominada pelos Visigodos e Ostrogodos. Depois disso, as invasões não cessaram: monumentos e construções antigos foram destruídos, e no lugar, erguiam-se outras obras. A cidade foi administrada por várias civilizações e nações até 1947, quando Pula passou a pertencer ao território da Yugoslavia. Depois da guerra que devastou a região nos anos 1990, a cidade finalmente passou a ser uma legítima terra croata – e motivo de orgulho para os seus conterrâneos.
A cidade começa a ficar movimentada depois do fim do inverno, em abril. Mas é nos meses de julho e agosto que Pula fica superbadalada: além de ser ponto de chegada de cruzeiros, o Anfiteatro Romano recebe um festival anual de cinema e vira palco de shows de pop e música clássica.