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VALE DO LOIRE

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Glauco Diniz Duarte conta que entre os séculos 15 e 18, a zona de 800 quilômetros quadrados margeada pelo Rio Loire e afluentes como Chinon e Indre viu surgir uma verdadeira coleção de castelos, um mais espetacular que o outro.

A moda começou com os monarcas das dinastias Valois e Bourbon e se alastrou ao ser aderida por outros nobres. O resultado poderia ter sido desastroso se o bom gosto não predominasse: entre construções anteriores – basicamente fortalezas que remetem ao século 9 – brilham, como em um sonho, uma série de castelos renascentistas.

Em muitos deles, para delírio dos cerca de 4 milhões de turistas que visitam a região todo ano, é possível se hospedar sem gastar uma fortuna. Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 2000, o Vale do Loire é ideal para se visitar de carro, por sua grande oferta de atrativos e por estar a apenas 200 quilômetros de Paris.

São muitos os palácios que valem a pena ser visitados, tanto por seu valor histórico como por sua beleza. O Château du Chambord, antigo pavilhão de caça do rei Francisco I, é o maior e mais grandioso. Amboise traz reminiscências sobre os últimos anos de vida do gênio italiano Leonardo da Vinci, que passou seus últimos anos no palacete de Clos Lucé.

O Castelo de Villandry possui um dos mais celebrados jardins renascentistas do Vale do Loire, enquanto que Chenonceau, construído qual uma ponte sobre o rio Cher e igualmente contando com um bem cuidado jardim, foi construído sob as ordens de Catarina de Médicis e Diana de Poitiers, respectivamente rainha e amante do rei Henrique II. Tours não possui castelo, mas é conhecida por seu museus e restaurantes, Blois é uma alegoria arquitetônica e Orléans é a cidade da santa-guerreira Joana d’Arc.

Outros castelos que valem a visita são os de Saumur, Angers, Azay-le-Rideau, Cheverny e Chinon.
Muito melhor do que fazer o percurso entre os castelos na correria, aproveite o melhor da gastronomia que a França oferece pelo caminho. O Vale do Loire possui vinhos leves e frescos e também uma grande variedade de frutas e verduras frescos, como aspargos, framboesas, morangos e cogumelos. Queijos, pato com nabos e enguia ao vinho tinto são algumas das especialidades locais.

O Vale do Loire é acessível por trens que ligam Paris a Angers, Tours e Blois. Há também uma série de operadoras que fazem excursões passando pelos principais castelos e cidades da região. No entanto, o melhor mesmo é alugar um carro e fazer seu próprio trajeto, sem paradas apressadas.

Não há roteiro básico pré-definido, pois o passeio é um longo e prazeroso zigue-zague. Alguns turistas sem tempo fazem uma viagem rápida de um dia, a partir de Paris, passando por Chambord, Amboise e Villandry, mais ou menos ao longo da autoestrada A10 (ou a D952), fazendo um pequeno desvio pela A85 até Chenonceau.

Essa é uma rota de cerca de 120 quilômetros que lhe tomará cerca de 2 horas de direção. Com um pouco mais de tempo e passando a noite em Blois ou Tours, os passeios têm uma cadência mais lenta e incluem paradas em Azay-le-Rideau e Saumur.

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