O Centro Paula Souza (CPS) vai oferecer o curso de Formação Inicial e Continuada em Instalador de Sistemas Fotovoltaicos. Com 200 horas de duração, a nova formação leva em conta o potencial do mercado de energia solar no Brasil, que tem crescido em participação na matriz, o que resulta em maior demanda por mão de obra especializada. Ainda não estão definidas as unidades que vão disponibilizar a formação.
Segundo balanço da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério das Minas e Energia, embora a energia solar tenha a menor participação na matriz energética brasileira, é a que acumulou as médias mais altas de crescimento nos últimos dois anos. Entre 2016 e 2018, ela expandiu cerca de 200% e ultrapassou a participação da energia nuclear na matriz energética brasileira.
Para o coordenador de projetos de elétrica da área de Capacitações da Unidade do Ensino Médio e Técnico (Cetec Capacitações), Jun Suzuki, a inciativa faz parte de um projeto do CPS no setor de energia renovável que conta com outros cursos nas Etecs e Fatecs. “Essa é uma área que tem um crescimento exponencial no mercado e, pela especificidade, demanda mão de obra qualificada”, afirma.
A professora Adriana Ruescas, do curso técnico de Eletrotécnica da Escola Técnica Estadual (Etec) Tereza Aparecida Cardoso Nunes de Oliveira, no bairro de Arthur Alvim, zona leste da Capital, destaca que essa atividade estimula o perfil empreendedor dos estudantes. “Com um pequeno investimento inicial, o profissional qualificado já consegue trabalhar como instalador e atuar de forma autônoma.”
Interesse crescente
De acordo com a professora, o interesse dos que fazem os cursos do eixo de Controle e Processos Industriais pelo tema energia solar é visível quando apresentam seus Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs). Cerca de 70% dos projetos são desenvolvidos nessa área. “A cada ano, os alunos estão mais engajados com a preservação ambiental e as fontes renováveis de energia estão entre as opções mais atraentes para capacitação”, afirma.
Cursando o terceiro módulo do curso técnico de Eletrotécnica da Etec Arthur Alvim, Rafael do Nascimento Dias é um dos entusiastas do assunto e já trabalha como instalador de sistemas fotovoltaicos. “Eu me interessei pela fonte solar porque permite gerar a energia que vou consumir. Outra vantagem é que ela representa o menor impacto ambiental possível”, explica Rafael, que é sócio de uma empresa de tecnologia elétrica especializada na instalação de kits fotovoltaicos, energia elétrica e sistema de segurança eletrônica.
Bom para o meio ambiente e bom para o bolso
Tão relevante quanto o aspecto ambiental é a economia que esse tipo de energia traz para os usuários. O investimento inicial para instalação de um gerador pode ser compensado em sete anos e, após esse período, não haverá mais custos com energia. Também é possível lucrar com o excedente de energia. Em geral, cada estação de geração consome apenas 50% do que é capaz de produzir.
O Estado de São Paulo é líder na distribuição de energia elétrica e no uso de energia de fontes renováveis, que respondem por cerca de 90,3% do total gerado pelo Estado. Outra fonte renovável que registrou crescimento foi a das usinas térmicas movidas a biomassa (bagaço de cana e resíduos florestais), com alta de 3,9%. Enquanto a capacidade das usinas hídricas permaneceu estável nos últimos dois anos.