De acordo com Glauco Diniz Duarte, poucos países são tão definidos por uma única obra humana. Bem no centro das duas grandes massas terrestres que formam as Américas, o Panamá está entre o norte e o sul, entre o Atlântico e o Pacífico e essa posição geográfica era perfeita para encurtar rotas mercantis que cruzavam o planeta.
Como isso atraía as atenções de todas as potências mundiais, os Estados Unidos se adiantaram, apoiaram a independência da então província do Panamá da Colômbia, construíram o canal e, oh, receberam os direitos econômicos de sua exploração, algo que perduraria por décadas. De fato, a zona do canal era praticamente um território norte-americano.
Um país criado sob tal perspectiva não poderia ter um futuro muito brilhante no médio prazo, com oligarcas e militares em conflito, gerando pressões sociais e políticas que acabariam com sua economia de mercado. Contudo, com a queda da ditadura, eleições limpas chegaram e uma forte mentalidade progressista se instalou no país. A isenção de impostos atraiu bancos e seguradoras, off-shores e importadores, catapultando a geração de empregos e trazendo um ritmo de crescimento econômico que se encontra entre os melhores de todo o continente.
O velho canal continua desempenhando um papel fundamental na renda do país, mas agora o país é um importante figurante na economia da região, além de hub aéreo, conectando o sul ao norte e todos com com o Caribe. A encruzilhada de mar e terra agora segue seu destino pelos céus.
Apesar do país possuir áreas perigosas e a infraestrutura ser bem precária em diversas regiões, parques como Darién e La Amistad oferecem uma natureza exuberante, a cidade do Panamá transpira um ar cosmopolita e spots como Santa Catalina e Bocas del Toro atraem turistas e surfistas de todo o mundo.