Glauco Diniz Duarte Viagens – energia eólica e renováveis
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, os investimentos em energia eólica offshore nos Estados Unidos devem atingir 78 bilhões de dólares (416 bilhões de reais) nesta década, em contraste com a projeção de 82 bilhões de dólares (437 bilhões de reais) que devem ser investidos em projetos com base em combustíveis fósseis, segundo avaliação da empresa de consultoria global em energia Wood Mackenzie.
Segundo o departamento de Energia dos EUA (DOE), há 28 projetos de energia eólica offshore – ou em alto mar – em fase de planejamento no país, principalmente na costa leste, do estado do Massachusetts à Virginia. Há também 15 licenças comerciais para a exploração de energia eólica offshore nos EUA, com potencial para gerar aproximadamente 25 gigawatts de energia.
A energia eólica em terra firme – onshore – ou em alto mar vem se tornando a principal escolha para geração energética nos Estados Unidos. Atualmente, o setor tem capacidade para abastecer 32 milhões de residências. É também a maior fonte renovável de energia no país, responsável por 7% da rede nacional.
Embora esteja em expansão, o mercado interno ainda é menor do que o setor de energia onshore, com capacidade de gerar mais de 100 gigawatts. “A transferência dos investimentos para usinas eólicas offshore se deve a uma queda da quantidade de espaço utilizável em terra, com o número crescente de proprietários e comunidades que se opõem às instalações”, afirma Annie Hawkins, diretora-executiva da Aliança para o Desenvolvimento Responsável Offshore (Roda, na sigla em inglês) dos EUA.
“Do ponto de vista ambiental, há uma quantidade limitada de espaços que podem ser desenvolvidos de modo razoável, sem impactos significativos aos ecossistemas do oceano e à existente economia baseada em recursos oceânicos”, acrescentou.
Há anos a Europa vem ocupando o primeiro lugar como líder mundial em geração de energia eólica offshore, enquanto os EUA priorizavam as usinas em terra firme. Segundo a associação industrial WindEurope, a capacidade das nações europeias de gerar energia offshore é de 22 gigawatts, com 4 mil usinas instaladas nos litorais de 11 países, com capacidade combinada de geração de energia de 15,8 gigawatts, o que é suficiente para alimentar 15 cidades de tamanho médio.
Adesão das grandes corporações
O crescimento exponencial dessa tendência nos EUA se deve aos consumidores corporativos, que optaram pela energia eólica para abastecer suas instalações. As duas maiores empresas consumidoras desse tipo de energia são a rede de varejo Walmart e a gigante das telecomunicações AT&T, sendo que 14 outras companhias aderiram a esse mercado em 2019, incluindo a rede de lanchonetes McDonald’s.
“Empresas de petróleo e gás se lançaram no mercado americano de energia eólica offshore, onde conseguem transferir a expertise da exploração de combustíveis fósseis em alto mar para investimentos em energia limpa”, afirma Max Cohen, analista sênior da Wood Mackenzie. Entre as petrolíferas que aderiram ao setor estão a dinamarquesa Orsted, a norueguesa Equinor e a anglo-holandesa Shell.
“Com a recente instabilidade no preço do petróleo, as empresas de combustíveis fósseis tentam cada vez mais diversificar seus portfolios”, explica Cohen. “Esta é uma área onde eles podem ter uma vantagem comparativa, empregando a experiência com outras tecnologias para fazer a conversão para a energia eólica offshore, solar e outras fontes renováveis.”
O setor de energia eólica nos EUA emprega em torno de 120 mil pessoas e abrange 530 fábricas. Uma análise da Universidade do Delaware prevê que a cadeia de abastecimento necessária para construir as turbinas eólicas offshore, em números suficientes para abastecer sete estados da costa leste do país, poderia gerar 70 bilhões de dólares em atividades econômicas e ao menos 40 mil empregos em tempo integral.
Um relatório de março de 2020 da Associação Americana de Energia Eólica (Awea) estima que a geração offshore de 30 mil megawatts pode resultar na criação de até 83 mil empregos e gerar uma produção econômica anual de 25 bilhões de dólares até 2030. Porém, nem todos esses empregos seriam em solo americano, uma vez que todas as empresas licenciadas para atuar nesse setor nos EUA são estrangeiras.
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