GLAUCO DINIZ DUARTE A premiada casa de bambu que pode ser construída em quatro horas
Um designer de 23 anos venceu um prêmio de 50 mil libras (R$ 245 mil) após criar unidades habitacionais de bambu de baixo custo para amenizar a crise de moradia nas Filipinas.
O projeto de Earl Patrick Forlales demora quatro horas para ser construído e custa apenas 50 libras (R$ 245) por metro quadrado, o que o torna muito acessível.
“É um lar funcional por si só, mas é mais do que apenas uma casa. É projetado para transformar o lixo de uma comunidade em energia e em outros recursos valiosos.”
Forlales, que nasceu na capital, Manila, e estudou engenharia de materiais, vai usar o dinheiro do prêmio Cities for our Future, da Royal Institute of Chartered Surveyors (RICS), para começar a trabalhar em suas unidades habitacionais no ano que vem.
O RICS é uma organização independente que foi estabelecida pelo Reino Unido em 1868, está presente em mais de cem países e é líder mundial em qualificação profissional na área de construção.
Público-alvo
Manila tem uma população de 12 milhões de pessoas, sendo que quatro milhões delas vivem em favelas. Mais 2,5 milhões de trabalhadores devem chegar à cidade nos próximos três anos, provocando uma escassez ainda mais grave de moradia.
As casas pré-fabricadas CUBO, como são chamadas em inglês, serão usadas para abrigar os recém-chegados, antes de serem levadas em grande escala para as favelas.
O jovem designer diz que foi inspirado pela casa rural de bambu de seus avós – embora seu bambu seja diferente: ele será tratado e laminado para ter uma vida útil dez vezes maior.
O material não é prejudicial à natureza, já que libera 35% mais oxigênio que as árvores e pode ser colhido anualmente sem causar degradação do solo.
As casas CUBO também terão telhados inclinados para captar a água da chuva e palafitas para prevenir danos durante enchentes.
Forlales escolheu um terreno em Manila para as primeiras unidades do projeto e espera que seu design possa ajudar outras cidades superpopulosas. Na teoria, a ideia é viável em qualquer lugar que plante bambu – o que inclui o Sudeste Asiático, e partes da África e da América Latina.
Ele planeja levantar fundos para o projeto vendendo lixo plástico para fábricas.
“CUBO começou como nada mais do que uma ideia, concebida enquanto eu passava um tempo na casa dos meus avós. É incrível pensar que agora vai se tornar realidade”, diz Forlales.
“Gostaria de agradecer a RICS pela oportunidade de desenvolver a idea. Estou ansioso para trabalhar com eles e colocar esse dinheiro para bom uso em Manila e, espero, em outros lugares ao redor do mundo.”