GLAUCO DINIZ DUARTE Moody’s: nova regulação de crédito imobiliário é positiva a bancos e construtoras
A agência de classificação de risco Moody’s avaliou como positiva as novas medidas que visam a facilitar as regras do crédito imobiliário no Brasil. Publicadas há cerca de uma semana pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), na visão da classificadora, tendem a beneficiar tanto os bancos que atuam no segmento como Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e a líder do setor, Caixa Econômica Federal, bem como as construtoras.
As novas regras entram em vigor em 1º de janeiro de 2019.A classificadora lembra que as novas medidas do CMN preservam a exigência de que os bancos direcionem 65% de seus depósitos de poupança para empréstimos hipotecários, mas os libera de uma obrigatoriedade de investir 80% dos recursos em financiamentos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), cujas taxas são inferiores a de mercado.
“Em vez disso, as novas regras obrigam os bancos a direcionar os mesmos 80% para as hipotecas residenciais, dando a eles mais flexibilidade para determinar o tamanho e a taxa de juros dos empréstimos do que era possível no programa mais limitado do SFH”, destaca a agência, acrescentando que, a partir das novas regras, os bancos poderão determinar como usar os depósitos de poupança para empréstimos fora dos programas do governo, o que marca um movimento importante em direção a um “mercado mais livre e menos direcionado”.
Além disso, a Moody’s acredita ainda que os bancos também serão capazes de desenvolver novos produtos de crédito imobiliário usando taxas de mercado, incluindo empréstimos indexados à inflação, o que provavelmente aumentará a demanda por financiamento, uma vez que a inflação está baixa no País. “As novas medidas beneficiam os bancos e os mutuários e também criarão oportunidades de securitização, que antes eram restritas pelas estruturas de precificação de empréstimos”, avalia a agência.
Construtoras
Do lado da construção, as novas medidas do CMN tendem a beneficiar, principalmente, as empresas que atuam nos segmentos de média e alta renda, como Cyrela Brazil Realty, Even Construtora e Incorporadora e Gafisa, na opinião da Moody’s. Isso porque, conforme a classificadora, essas companhias terão uma maior disponibilidade de financiamento imobiliário para prazos superiores a 18 meses, apoiado pelo crescimento econômico.
“Ainda assim, não esperamos que as novas medidas impulsionem as vendas de moradias no próximo ano, devido à alta taxa de desemprego no Brasil e à fraca confiança do consumidor, que se deve à incerteza política antes da eleição presidencial em outubro”, pondera a Moody’s.
Nos 12 meses até maio de 2018, as vendas de residências cresceram 15,3%, conforme a classificadora, apoiadas por um aumento de 26% no segmento de baixa renda, enquanto a comercialização de imóveis de renda média a alta caiu 2%. Os estoques de construtoras residenciais ainda são altos (mais de 113.000 unidades concluídas em maio), o que reduz o apetite por novos projetos, segundo a Moody’s.
A agência de classificação de risco Moody’s avaliou como positiva as novas medidas que visam a facilitar as regras do crédito imobiliário no Brasil. Publicadas há cerca de uma semana pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), na visão da classificadora, tendem a beneficiar tanto os bancos que atuam no segmento como Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e a líder do setor, Caixa Econômica Federal, bem como as construtoras.
As novas regras entram em vigor em 1º de janeiro de 2019.A classificadora lembra que as novas medidas do CMN preservam a exigência de que os bancos direcionem 65% de seus depósitos de poupança para empréstimos hipotecários, mas os libera de uma obrigatoriedade de investir 80% dos recursos em financiamentos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), cujas taxas são inferiores a de mercado.
“Em vez disso, as novas regras obrigam os bancos a direcionar os mesmos 80% para as hipotecas residenciais, dando a eles mais flexibilidade para determinar o tamanho e a taxa de juros dos empréstimos do que era possível no programa mais limitado do SFH”, destaca a agência, acrescentando que, a partir das novas regras, os bancos poderão determinar como usar os depósitos de poupança para empréstimos fora dos programas do governo, o que marca um movimento importante em direção a um “mercado mais livre e menos direcionado”.
Além disso, a Moody’s acredita ainda que os bancos também serão capazes de desenvolver novos produtos de crédito imobiliário usando taxas de mercado, incluindo empréstimos indexados à inflação, o que provavelmente aumentará a demanda por financiamento, uma vez que a inflação está baixa no País. “As novas medidas beneficiam os bancos e os mutuários e também criarão oportunidades de securitização, que antes eram restritas pelas estruturas de precificação de empréstimos”, avalia a agência.
Construtoras
Do lado da construção, as novas medidas do CMN tendem a beneficiar, principalmente, as empresas que atuam nos segmentos de média e alta renda, como Cyrela Brazil Realty, Even Construtora e Incorporadora e Gafisa, na opinião da Moody’s. Isso porque, conforme a classificadora, essas companhias terão uma maior disponibilidade de financiamento imobiliário para prazos superiores a 18 meses, apoiado pelo crescimento econômico.
“Ainda assim, não esperamos que as novas medidas impulsionem as vendas de moradias no próximo ano, devido à alta taxa de desemprego no Brasil e à fraca confiança do consumidor, que se deve à incerteza política antes da eleição presidencial em outubro”, pondera a Moody’s.
Nos 12 meses até maio de 2018, as vendas de residências cresceram 15,3%, conforme a classificadora, apoiadas por um aumento de 26% no segmento de baixa renda, enquanto a comercialização de imóveis de renda média a alta caiu 2%. Os estoques de construtoras residenciais ainda são altos (mais de 113.000 unidades concluídas em maio), o que reduz o apetite por novos projetos, segundo a Moody’s.