GLAUCO DINIZ DUARTE – Confira dicas para economizar na reforma e construção
Os custos para construir ficaram mais altos e quem tem planos de encarar uma obra precisa buscar formas de economizar. Porém, como gastar menos sem perder em qualidade e segurança? De acordo com a arquiteta Manoela Lustosa, a chave do sucesso é planejar. É preciso colocar na ponta do lápis quais materiais, prazos e profissionais serão necessários. “Os clientes acabam gastando muito por não terem um planejamento”, relata.
O Custo Unitário Básico (CUB) com a construção civil no Estado de São Paulo cresceu 0,34% em julho na comparação com o mês anterior. Em 12 meses a alta já é de 3,35%. Com isso, o custo ficou em R$ 1.361,56 por metro quadrado. O levantamento foi feito pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Pesquisar
Na hora da compra, a dica é evitar as tentações de loja. A arquiteta aponta a necessidade de pesquisar com antecedência os valores e necessidades reais, não se deixando encantar pelo incentivo dos vendedores — que não necessariamente estão pensando no bolso do cliente.
Manoela aconselha ainda que sejam feitos orçamentos dos materiais que serão utilizados, com o cuidado de comparar produtos idênticos ou com similaridade muito próxima. A partir dos mesmos parâmetros será possível ter uma noção mais adequada, em termos de valor e também de qualidade.
Vale lembrar também que comprar pisos, revestimentos de parede e tintas de boa qualidade prolonga a vida útil da obra, reduzindo a frequência de manutenções na casa.
Compra consciente
Ela também atenta para a quantidade de materiais comprados. Em relação aos pisos, por exemplo, a dica é calcular a quantidade exata e adicionar apenas a sobra indicada pelo fabricante. “Não compre no achismo”, aconselha. Já os materiais brutos — como cimento e areia, por exemplo — devem ser comprados durante a execução da obra, conforme a necessidade.
Como usualmente não há espaços adequados para armazenar esses materiais, eles podem estragar se comprados com muita antecedência. Manoela observa ainda que promoções podem tentar o cliente a comprar uma quantidade grande e ficar com a sensação de que economizou. Mas na conta final, com as perdas, o gasto será maior.
Mão de obra
Segundo o indicador CUB, os custos médios com mão de obra representaram 61,14%, materiais, 35,66% e despesas administrativas 3,20%. Ou seja, os profissionais são a maior parte do gasto, mas optar pelo que cobra menos pode não ser a melhor opção. “O valor da mão de obra está realmente ligado à qualidade”, explica.
A arquiteta observa que, ao menos que seja um profissional cujo trabalho seja conhecido pelo cliente, é aconselhável não escolher apenas pelo valor cobrado, já que isso pode custar mais caro depois. Abandonos de obra, desperdício de material e trabalhos com acabamento inadequado, por exemplo, são problemas que geram mais custos — e dor de cabeça.
Uma forma segura de economizar com a mão de obra é, novamente, planejar. A arquiteta explica que um bom cronograma evita que profissionais passem tempo desnecessário no local e que trabalhadores cujas funções conflitam (como pintor e encanador, por exemplo), ocupam o mesmo espaço, atrapalhando um ao outro e atrasando a obra.
Refazer é mais caro
Alterar a obra depois de pronta requer novos gastos com materiais e mão de obra. Por isso, a arquiteta aconselha que o cliente pense e planeje com cuidados aspectos como iluminação e a instalação de aparelhos condicionadores de ar. Uma possibilidade é, ao menos, deixar as estruturas e espaços para as modificações pré-determinados, ainda que o morador não vá executar tudo de uma vez.
Ela conta que o ar-condicionado é um grande vilão nesse quesito. Em uma cidade quente como Sorocaba, o remorso por não ter instalado o aparelho logo aparece. “No momento em que se decide fazer a instalação, será necessário quebrar e refazer a pintura”, observa.