GLAUCO DINIZ DUARTE – Tecnologias vestíveis podem transformar a Construção Civil

Tecnologias vestíveis podem transformar a Construção Civil. A segurança dos operários é um dos maiores desafios das empresas de engenharia. Mas apesar dos inevitáveis riscos, a maioria dos acidentes pode ser evitada com organização, atenção, sinalização adequada e, claro, equipamentos de segurança. É aí que a tecnologia entra como aliada das empresas.
Uma dessas novidades são os sensores vestíveis, já bastante usados nos Estados Unidos, mas que ainda são novidade aqui no Brasil. Eles prometem revolucionar a construção civil nos próximos anos, diminuindo os acidentes nos canteiros de obras.
Os sensores vestíveis são equipamentos inteligentes. Acoplados nos uniformes, capacetes e relógios de pulso dos trabalhadores ou qualquer outro acessório, como crachás e coletes, eles monitoram os funcionários. Por meio dessa tecnologia digital pode-se medir, por exemplo, a temperatura corporal dos trabalhadores, evitando elevação térmica excessiva.
Os sensores acoplados a capacetes também emitem sinais de alerta em caso de algum impacto e podem gravar vídeos do acidente. Essas gravações podem ser enviadas para gerentes para que sejam passadas instruções sobre uma determinada tarefa e evitar que o erro se repita.
Cintos com GPS
Dispositivos vestíveis em cintos, por sua vez, permitem a detecção de quedas. Equipados com GPS, são capazes de fornecer a localização exata do trabalhador. Supervisores são alertados caso alguém caia, tropece ou esteja ferido, acelerando o processo de socorro. Com esse dispositivo é possível também que os funcionários emitam um sinal em tempo real, caso precisem de ajuda.
Os sensores vestíveis podem equipar os trabalhadores da cabeça aos pés. Colocados em solas de sapatos, podem alertar se funcionários levantarem uma carga acima do peso recomendado. Já os coletes podem ser dotados de sistemas de alerta e botões de emergência, que possibilitam a comunicação entre funcionários e supervisores em tempo real.
Já existem até mesmo capacetes com sensores que avaliam ondas cerebrais para monitorar a fadiga. Se um trabalhador começa a dormir, o equipamento envia alertas por meio de vibrações e ruídos para que o funcionário pare o que está fazendo. Os supervisores também recebem o alerta e podem usar a informação para evitar acidentes.
Esses são só alguns exemplos de tecnologias vestíveis que já estão sendo usadas fora do Brasil e não só elevam a segurança, como preservam a saúde dos funcionários e promovem mais conforto, em situações de maior exigência física.
Conectados
O uso de tecnologias vestíveis faz parte do canteiro de obras do futuro, onde todos os equipamentos, materiais e pessoas estarão sincronizados entre si e com um servidor central que emite dados em tempo real. A tendência é, cada vez mais, de se usar tecnologias digitais conectadas para monitorar todo o processo de trabalho.
Os sensores vestíveis, portanto, fazem parte do amplo mundo da Internet das Coisas, que vai formando um grande sistema de dados que integra todas as etapas e setores da Construção Civil. Equipamentos de construção pesada, por exemplo, já estão sendo equipados com sensores e se unem aos vestíveis para indicar possíveis problemas de manutenção, flutuações de temperatura e vibrações excessivas, por exemplo, em tempo real.
Entre outros benefícios, o monitoramento e cruzamento de dados ajudam a prever e resolver problemas que impactam tanto na qualidade na execução dos trabalhos e no resultado financeiro, quanto no processo de produção e segurança dos trabalhadores. Empresas de construção civil precisam investir em tecnologia se quiserem continuar competitivas. E o melhor caminho é estar sempre de olho nas inovações criadas para o setor.


