GLAUCO DINIZ DUARTE – Preços de imóveis atingem menor patamar dos últimos anos
Preços de imóveis atingem menor patamar dos últimos anos. O excesso de ofertas de imóveis é um dos resultados da profunda crise econômica que o país esteve mergulhado desde o ano passado. Basta qualquer pessoa passar por condomínios, prédios e casas, e observar a quantidade de placas de imobiliárias anunciando seus produtos. Porém, há sempre uma camada da sociedade que consegue tirar proveito de momentos de instabilidade e fechar bons negócios.
O professor de economia de MBA executivo do Insper Otto Nogami lembra que as construtoras passaram a explorar esse nicho de mercado, que representa grupos de renda elevada e com dinheiro para fechar negócios. “O mercado se movimenta nesse extrato de renda mais alto que está à margem da crise. Aparentemente, os preços de imóveis de luxo estão mais justos e estão se mantendo em um patamar, mesmo que a queda dos valores ainda não seja substancial”, diz o economista.
Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP, diz que os imóveis que estão disponíveis hoje começaram a ser construídos há pelo menos três anos, quando o mercado estava com uma demanda muito alta. “O preço do metro quadrado está em seu menor patamar comparado aos últimos quatro anos. Acredito que alcançamos o valor mais baixo de um imóvel em São Paulo”, diz Prando.
É hora de comprar um imóvel?
Segundo o vice-presidente do Secovi, o mercado tende a crescer e a se recuperar. As empresas reduziram os números de lançamentos, quase em 50%, e mudanças na lei de zoneamento resultou em um custo adicional nos terrenos urbanos. “Essas unidades de antigos projetos vão acabar e os projetos novos já virão com preços corrigidos”, explica.
Nogami diz que tudo ainda depende do cenário, mas a economia dá sinais de inversão. “O preço não deve cair mais e a própria construtora diante desse possível crescimento deve postergar a venda. Para quem tem dinheiro, é uma boa hora de investir, pois tem poder de negociação e consegue uma boa compra”, explica.
Prando acredita que o segundo semestre é o momento certo para comprar um imóvel, pois, mesmo inseguras, as pessoas reconhecem que ouve uma parada no mercado imobiliário. “Quando a taxa de juro começar a cair, teremos uma avalanche de dinheiro indo para a compra de imóveis, que deve gerar a redução de ofertas em 2017”, diz o vice-presidente da Secovi.
O governo provisório tirou um pouco do aspecto depressivo das pessoas e elas se aventuram mais e começam a perder o medo de consumir. O professor do Insper diz que a população já se sente um pouco mais segura para gastar e voltar a pensar em um financiamento. “Eu acredito que o cenário tende a se firmar na medida em que o governo provisório fique”, avalia Nogami.
Flávio Prando diz que a permanência do presidente em exercício, Michel Temer, no governo dará mais tranquilidade aos empresários para que eles voltem a investir. “O impeachment tira da frente o fantasma do retorno da presidente Dilma. Isso resulta no retorno na confiança e é muito favorável para o mercado imobiliário”, finaliza.