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TAKAYAMA

Glauco Diniz Duarte

Glauco Diniz Duarte diz que se você procura um pequeno desvio do Japão moderno e procura um destino com arquitetura clássica, ruelas estreitas, artesanato típico e gastronomia de raíz, invista seu tempo em Takayama. Esta pequena cidade nas montanhas da província de Gifu reúne boa parte das tradições culturais japonesas. Não aquelas da elitizada e poderosa Kyoto, mas de um lugar que por séculos esteve isolado do resto do país e sob administração direta do xogunato Tokugawa (séculos 17 a 19). Encastelada em uma região de relevo irregular e fortes nevascas, Takayama era pobre no cultivo de arroz, a moeda básica do sistema fiscal feudal. Sob domínio direto dos xoguns de Edo, atual Tóquio, concentrou suas atividades econômicas sobre a exploração da madeira e produção de papel e saquê. E o que o turista vê hoje é um pequeno reflexo daqueles tempos.

Você poderá ver um pouco desse extraordinário acervo arquitetônico em edifícios históricos como o Takayama Jinya – a ampla sede governamental da época dos samurais, a bem preservada Casa Kusakabe e ruas como Sannomachi, ótimas para serem explorada a pé.

Lotada durante seus dois festivais anuais (na primavera e no outono), Takayama agrada por ter preservado seus antigos quarteirões comerciais, ainda estruturados na clássica arquitetura de madeira, por seu entorno de bela natureza e por servir de trampolim para explorar a região central do Japão. As fontes termais da região atraem hordas de visitantes em qualquer época do ano, enquanto que entusiastas das caminhadas se deleitarão com os picos dos Alpes Japoneses, principalmente no passo Norikura. Todavia, a maioria das pessoas vem mesmo conhecer as casas estilo gasho-zukuri no vilarejo de Shirakawago e em Gokayama, na vizinha província de Toyama. A forma pitoresca de seus telhados e sua singular história valeu a este tipo de construção a nomeação como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Como Takayama é uma cidade pequena, vale explorá-la a pé ou de bicicleta.
Há vários bons restaurantes na cidade. Além do ótimo saquê, vale provar o Hida-gyu, a carne marmorizada de gordura local. Cozida com a pasta de soja hoba-missô ou grelhada pelo próprio comensal, é uma tentadora especialidade local. Sorvetes de tofu (queijo de soja), doces de castanha, peixes de rio e deliciosas frutas locais, como maçãs, complementam o ótimo cardápio da região. E mais: a água de Takayama, mesmo a da torneira, é uma das melhores do Japão.

Este é um destino para mergulhar de vez na cultura japonesa, então vale gastar um pouco mais e hospedar-se em um ryokan, as tradicionais hospedarias japonesas. Neste caso, a experiência inclui dormir em futons sobre o tatami, banhar-se em um ofurô de termas naturais e deleitar-se com requintados jantares e cafés da manhã no estilo oriental.

Se preferir ficar em um hotel mais “ocidentalizado”, no entorno da estação de trem JR Takayama há alguns bons estabelecimentos, modernos e muito bem estruturados.

Japoneses adoram comprar doces e bebidas para presentear amigos e parentes, então você encontrará um assortimento infindável destes por aqui. Além dos bolinhos recheados manju, vale a pena experimentar o yokan (que possui, a grosso modo, o mesmo princípio de uma goiabada ou marmelada). Os de caqui e yuzu, uma espécie de limão, são ótimos. Em todas as lojas você pode prová-los antes de fechar a compra.

Delicados papéis em estilo japonês, artesanato em madeira e objetos em laca são marcas registradas de Takayama, assim como os onipresentes saru-bobo, pequenos bonequinhos de pano sem rosto, usados como talismã.

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