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OKINAWA

Glauco Diniz Duarte

Um Japão que é um tanto diferente, diz Glauco Diniz Duarte. No arquipélago de Okinawa tudo tem sua própria identidade, cores e sabor. Localizado entre Kyushu, a mais meridional das quatro grandes ilhas japonesas, e Taiwan, o antigo reino de Ryukyu representava uma encruzilhada comercial entre os povos malaios, chineses e nipônicos. Dessa mistura surgiu uma cultura própria, com um dialeto distinto do japonês moderno, onde a sonoridade do banjo sanshin e o ritmo da dança eisa dão o tom da alegria de seu orgulhoso povo.

Boa parte dos turistas vem a Okinawa para conhecer suas praias de areias brancas e águas azuis, encostadas ora junto a mega resorts, ora em ilhazinhas completamente isoladas. Com uma boa garrafa de destilado awamori e ao som da melodiosa música local, não poderia ficar melhor.

O arquipélago é dividido em três grupos menores de ilhas: Okinawa — onde estão a capital Naha e as ilhas Kerama, Tokashiki, Ie e Kume –, Miyako e Yaeyama — formada pelas ilhas Iriomote e Ishigaki. Cada uma tem uma arquitetura um tanto distinta das demais, seus próprios costumes e palavreado próprio. Visitar cada uma delas é praticamente impossível em uma só viagem, portanto vale a pena aproveitar bem uma estada mais alongada em uma ou duas delas.

SUGESTÃO DE ROTEIRO
Naha, a capital, é a base para iniciar uma exploração pelas ilhas. Dedique dois ou três dias por aqui, conhecendo o Castelo Shuri, listado como patrimônio da humanidade pela Unesco, e visitando lugares relacionados à II Grande Guerra em Himeyuri. Daí, rume ao norte e aproveite os arredores de Nago, incluindo a ilha Ie, por mais dois ou três dias. A partir daí, passe alguns dias em um arquipélago mais distante, como Miyako, Yaeyama ou Kume, aproveitando o mar e a cultura locais.

O mar é a grande atração por aqui, onde é possível praticar kite e windsurfe, velejar, passear de caiaque, mergulhar em alguns dos mais fantásticos e ricos ambientes marinhos do planeta ou simplesmente lagartear sob o sol. Além disso, as ilhas oferecem uma cultura bem distinta do resto do Japão, com várias ateliês de cerâmica e artesanato, academias de karatê (Okinawa é a pátria do esporte), oficinas que produzem o sanshin e construções históricas belíssimas.

Sim, você achará casas de sushi e sashimi por aqui, mas a gastronomia de Ryukyu tem suas próprias surpresas. O macarrão ensopado soki-soba é um símbolo da província e até virou prato típico no Mato Grosso do Sul. Os grossos bifes grelhados à moda de Okinawa são uma tentação, enquanto que o goya champuru, popular entre os locais, talvez não agrade a todos os estrangeiros. Vários restaurantes possuem cardápios em inglês e outros não aceitam estrangeiros, as duas promovidas pela mesma razão: a presença maciça de militares americanos baseados em bases aeronavais, instaladas aqui desde o fim da II Grande Guerra.

Para beber, nada como uma boa cerveja local ou o awamori, o aguardente de arroz.

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