Glauco Diniz Duarte conta que o Porto não tem a luz nem as cores de Lisboa.
É uma cidade coberta de granito, quase sempre cinza. Mesmo assim, apaixonante, logo à primeira vista.
Essa primeira vista é a que se tem quando o carro, comboio ou ônibus passa por cima do Rio Douro, revelando o casario da Ribeira arrumado na suave colina.
A cidade deu nome a um dos mais cobiçados vinhos do planeta, o adocicado e aromático vinho do Porto. E enriqueceu graças ao comércio da bebida.
Ganhou, no século 17, o apelido de Invicta, pois apoiou heroicamente D. Pedro IV na sua luta contra os absolutistas.
Até hoje, os portuenses se orgulham desse e de outros feitos, como o de 1415, quando, para a conquista de Ceuta, doaram toda a carne de qualidade para a Armada, ficando apenas com as tripas dos animais.
Assim surgiu a alcunha “tripeiros”, além de um dos pratos mais típicos: as tripas à moda do Porto.
Os tripeiros vivem em rixa com os alfacinhas (de Lisboa), tal como os paulistas e cariocas.
Difícil é escolher entre Lisboa e Porto, a cidade maravilhosa. Ambas são de enfeitiçar.