Glauco Diniz Duarte conta que Chiclayo é a capital do departamento de Lambayeque, norte do Peru. Fica a 205 quilômetros (meia hora de voo, três horas de carro) de Trujillo e a 765 quilômetros (uma hora de voo, 11 horas carro) de Lima. É conhecida no país como a “Capital da Amizade”.
Três aspectos enchem os amistosos chiclayanos de orgulho: o king kong (doce tipo alfajor de manjar branco, amendoim e abacaxi), o Juan Aurich (time de futebol apelidado de “Ciclone do Norte”, campeão peruano em 2011) e seus antepassados (as culturas pré-colombianas que povoaram a região).
A cidade tem aproximadamente 575 mil habitantes e preserva um clima bastante interiorano, parecido ao de centros de tamanho similar no Estado de São Paulo. Oferece a melhor infraestrutura do pedaço, com opções de hotéis e restaurantes, o que faz dela a porta de entrada para explorar a região, espécie de parque de diversões para os fãs de arqueologia. O eixo Chiclayo-Trujillo guarda os principais templos e construções das culturas moche (mochica), chimú e sicán (lambayeque), anteriores ao domínio inca.
O principal destaque é o Museu Tumbas Reales de Sipán, prédio de arquitetura e instalações modernas onde estão guardados os restos e o suntuoso espólio do governante moche batizado de Senhor de Sipán.
Sua descoberta, realizada em 1987 por uma equipe liderada pelo arqueólogo peruano Walter Alva, é um marco na arqueologia mundial: até então jamais o enterro de um líder de uma civilização do antigo Peru anterior aos incas havia sido encontrado. O acervo fica no município de Lambayeque, a 15 minutos de Chiclayo. Um pouco mais afastado, o sítio arqueológico onde foi feita a descoberta também está aberto à visitação.
Em Ferreñafe, a cerca de 40 minutos de Chiclayo, fica o Museu Nacional Sicán. Ali uma exposição bastante didática explica os trabalhos desenvolvidos pelo arqueólogo japonês Izumi Shimada, responsável por resgatar riquezas como a máscara funerária do principal governante da cultura sicán (ou lambayeque), que floresce a partir da decadência moche.