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SALTA

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Glauco Diniz Duarte diz que, localizada em um amplo vale seco no noroeste da Argentina, rodeado por altas montanhas verdejantes,Salta era, no período colonial, uma parada natural para as rotas comerciais que vinham do sul rumo às minas de Potosí, na atual Bolívia. Com a independência da Espanha e o desmembramento dos estados, a cidade entrou em um estado de letargia. Isso promoveu duas marcas indeléveis nos salteños: um orgulho atávico por sua cultura local e a preservação de seu legado arquitetônico. Isso já seriam dois ingredientes que tornam Salta um destino bem atraente, mas não são os únicos. As belas paisagens serranas de seu entorno e uma pujante indústria viticultora definitivamente estão a colocando na lista de desejos de muitos brasileiros.

O centro nervoso da cidade é a Plaza 9 de Julio e sua catedral rococó, do século 19. Lá você encontará uma tríade de museus — o Histórico del Norte, o de Arte Contemporânea e o de Arqueologia de Alta Montanha — que preenchem bem uma dia inteiro com muita cultura e a devida contextualização sobre a história da região. Dentre os destaques destas coleções estão as múmias ritualisticas incas encontradas no pico Llullaillaco, de 6739 metros, na fronteira com o Chile.

Um pouco além da praça, construções históricas do século 19 hoje abrigam outros interessantes museus, como o Museo Provincial de Bellas Artes e sua exposição de arte sacra. Um dos destaques na área é a colorida (para não dizer extravagante) fachada da Igreja de São Francisco e seu vistoso campanário.

Para quem curte a noite, a rua Balcarce enfileira diversos bares e restaurantes com música ao vivo e muita animação. Já para quem curte passeios mais idílicos, o confortável e lento Tren de las Nubes. De qualquer forma, não é a velocidade que interessa por aqui. As belas paisagens até San Antonio de los Cobres e a travessia do estonteante Viaducto La Polvorilla, debruçado em abismo de mais de 200 metros, são de tirar o fôlego, em todos os sentidos. Na acepção metabólica da palavra, talvez falte um pouco de ar para os viajantes que chegam aos 4200 metros de altitude. Mas não se preocupe, há tanques de oxigênio disponível para quem perder o ar.

VINÍCOLAS
Salta não se compara com Mendoza em termos de produção: para cada garrafa que sai daqui, vinte serão produzida ao sul. Mesmo assim, os rótulos do noroeste argentino estão cada vez mais em evidência. A Torrontés é a uva por excelência da região, dando origem a um comemorado branco seco e frutado. Outras variedades presentes na região estão a Malbec, Syrah e a Cabernet Sauvignon, todas tintas.
As vinícolas da região beneficiam-se do tempo seco, com 300 dias de sol ao ano, mas também precisam de

alta altitude, usualmente na faixa dos 1600 metros, para ter uma clima mais ameno. Visita às casas produtoras, eno-spas e lojinhas que vendem de geleias a sorvetes estão entre os passeios mais recomendados na região.

CIRCUITO SALTA-CAFAYATE-CACHI
Um dos circuitos rodoviários clássicos na região é o triângulo de 500 km entre Salta, Cafayate e Cachi. Este roteiro de 3, 4 dias passa por vinhedos, igrejas coloniais, picos nevados, cânions na Quebrada de las Conchas e cactos endêmicos no Parque Nacional Los Cordones. O primeiro trecho, até Cafayate, segue pela bela Ruta 68. Já boa parte do longo trecho entre Cafayate e Cachi, passando por Molinos, na RN 40, não é asfaltada, assim como o desafiador e íngreme zigue-zague da Cuesta del Obispo, na RP 33.

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